Observação importante: As opções de dietas e
tratamentos divulgadas em nosso espaço publicitário no
início e no final dos textos são de inteira responsabilidade
dos anunciantes. Apenas cedemos espaço para publicidade, não
significando que o tratamento apresentado seja
necessariamente endossado pela equipe médica do MD.Saúde.
Nesta série de textos sobre tratamento da obesidade vamos
passar rapidamente pela definição de obesidade para
facilitar o entendimento das indicações de cada opção de
tratamento.
Definição de obesidade
Definimos obesidade quando o indivíduo apresenta um índice
de massa corporal (IMC) maior que 30 kg/m². O IMC é
facilmente calculado através da fórmula:
IMC = Peso (em quilos) ÷ Altura² (em metros)
A classificação baseada no IMC é a seguinte:
Baixo peso = IMC menor que 18,5 Kg/m²
Peso normal = IMC entre 18,5 e 24,9 Kg/m²
Sobrepeso = IMC entre 25 e 29,9 Kg/m²
Obesidade grau I = IMC entre 30 e 35 Kg/m²
Obesidade grau II = IMC entre 36 e 39,9 Kg/m²
Obesidade Mórbida = IMC maior que 40 Kg/m²
Para mais detalhes e explicações sobre o diagnóstico da
obesidade, temos um texto exclusivo sobre o assunto que pode
ser acessado neste link:
OBESIDADE | Definições e consequências.
Tratamento da obesidade
Antes de se inciar um tratamento para perder peso, é preciso
medir o IMC e a circunferência abdominal do paciente.
Sabemos que uma circunferência abdominal maior que 88cm nas
mulheres e 102cm nos homens estão associados a uma maior
prevalência de doenças relacionadas à obesidade, como
hipertensão, diabetes e doenças cardíacas. Portanto, quanto
maior o IMC e a circunferência abdominal, mais "agressivo"
deve ser o plano para perda de peso.
Primeiros passos para perder peso
É importante não criar expectativas irreais em um primeiro
momento. A maioria dos pacientes obesos, estimulados pela
mídia e por propagandas enganosas de produtos para
emagrecer, acaba sonhando com perdas de peso muito difíceis
de se atingir a curto/médio prazo. Muitas pessoas sonham em
perder 30-40% do peso, o que é irreal para quase todo mundo.
Para tal, é necessário uma força de vontade, disciplina, uma
equipe multidisciplinar para orientação da dieta, de
medicamentos, da parte psicológica e de exercícios que a
maioria das pessoas obesas não têm.
Inicialmente, devemos focar em perder pouco peso mas
conseguir mantê-lo. Por exemplo, em pessoas com alto risco
de desenvolvimento de diabetes, perder apenas 5% do peso e
conseguir mantê-lo já é suficiente para reduzir em até 50% o
risco de desenvolver diabetes. Portanto, se você tem 100kg e
consegue reduzir para 95kg, sem voltar a engordar, já é um
ótimo início. Perder 15% do peso sem voltar a engordar a
longo prazo, pode ser considerado um excelente resultado do
ponto de vista da prevenção de doenças relacionadas à
obesidade. Se um indivíduo de 120kg consegue chegar abaixo
dos 100kg, isso é uma baita sucesso para a saúde, mesmo que
ela continue classificada como sobrepeso e longe do corpo
que sonha.
A fato é que muitas pessoas visam perder peso não apenas por
uma questão de saúde, mas também por uma imposição da
sociedade que valoriza cada vez mais pessoas magras, às
vezes em demasia. Querer parecer com a atriz da televisão ou
a modelo da revista é irreal até para muitos que não são
obesos, criando expectativas que não podem ser satisfeitas.
Outro problema que pode levar à frustração e ao abandono do
tratamento é achar que a perda de peso irá resolver todos os
outros problemas do dia-a-dia, principalmente na vida
profissional, familiar e amorosa.
O objetivo principal deve ser a saúde. O bem-estar do
indivíduo com sua aparência é importante para a saúde
mental, todavia, deve-se evitar tornar a questão estética
mais relevante do que a saúde física.
Mudanças nos hábitos de vida para perder peso
O ganho de peso é resultado de uma matemática simples:
ingestão diária de calorias maior do que o gasto diário de
calorias. As pessoas que ficam obesas chegam a este estado
devido a uma dieta inapropriada e um padrão de atividade
física insuficiente. Ponto. Esqueçam as desculpas do tipo
"problemas de glândula", "doença da tireoide" etc... Não
importa qual a justificativa que você já criou para o seu
excesso de peso, no final das contas, a matemática acima é
que determina se uma pessoa ganha peso ou não. O primeiro
passo para o emagrecimento é abandonar as desculpas e
assumir para si os erros.
Comer indevidamente e sedentarismo são maus hábitos
adquiridos ao longo da vida. Obesos comem por diversos
motivos que não simplesmente satisfazer a fome. Pode-se
comer calorias em excesso ao longo do dia devido a pequenos
lanches feitos apenas por hábito ou por falta do que fazer;
por frustrações ou à procura de recompensas (depois de um
intenso dia de trabalho estressante o indivíduo resolve se
recompensar com uma comida gostosa mas hipercalórica); por
preguiça ou por ignorância em relação ao preparo de
refeições com menos calorias etc... Por isso, é importante
ter uma orientação nutricional e um caderninho para anotar o
padrão de alimentação. Isso pode parecer bobo, mas não é.
Anote além do que comeu, aonde foram feitas as refeições, a
que horas você comeu, por que comeu, o que sentiu depois de
comer e o que sentia antes.
Após alguns dias de anotações siga as seguintes dicas:
- Coma apenas em um local da casa, como por exemplo, na sala
ou na cozinha. Isso pode quebrar o hábito de comer em certos
locais da casa fora das horas de refeições, como no
escritório, na cama, em frente à TV etc...
- Crie um sistema de recompensas ao final do dia ou da
semana após ter conseguido seguir uma dieta com menos
calorias. Recompensas pode ser qualquer coisa que te faça
sentir bem, seja ir ao shopping, cortar o cabelo, fazer as
unhas, alugar um filme, receber massagens, ter relações
sexuais etc... A colaboração dos familiares é muito
importante neste sistema. A recompensa não deve ser pela
perda do peso, mas sim por melhores hábitos. Obs: Nunca use
comida como recompensa.
- Descubra que sentimentos ou atividades disparam mais frequentemente o gatilho para se comer. Tente ter controle
sobre essas situações. Se possível, elimine-as.
- Veja quais alimentos hipercalóricos você mais consome.
Pare de comprá-los. Se você tem hábito de comê-los e os
tiver em casa, torna-se quase impossível não consumi-los. O
melhor jeito de não comer algo com muitas calorias e não ter
acesso fácil ao mesmo.
- Após cada garfada, tome um gole de água. Isso fará com que
o estômago fique cheio mais rapidamente, reduzindo a
quantidade de comida necessária para satisfazê-lo.
- Nunca encha o prato. Coloque menos comida do que você acha
necessário. Muitas vezes comemos mais do que precisamos
apenas para não deixar sobrar comida.
- Coma bem devagar, mastigue bem a comida e faça pequenas
pausas durante a refeição. Dê tempo aos mecanismos de
saciedade do corpo se ativarem.
- Faça um intervalo maior entre a comida e a sobremesa. Veja
se você realmente precisa dela ou se o doce é apenas um
hábito ou uma forma de recompensa.
Junto com a orientação dietética (que será explicado na
parte 2 deste tema), as mudanças acima podem fazer com que
você corte até 1000 calorias por dia.
Atividade física para perder peso
Perder peso é mais fácil do que manter o peso perdido, por
isso, alterações nos hábitos de vida são essenciais para se
manter mais magro. Entre essas alterações, ter uma atividade
física regular é das mais importantes. Se não houver nenhuma
contra-indicação médica, todo indivíduo deve se exercitar
regularmente.
Um grande erro das pessoas que tentam emagrecer é achar que
podem fazê-lo apenas reduzindo a ingestão de calorias. O
aumento do gasto calórico diário através de exercícios torna
a perda de peso muito mais fácil. Do mesmo modo que uma
alimentação correta é uma questão de hábito, praticar
exercícios também é.
Pelo menos 150 minutos de exercícios leves a moderado por
semana (30 minutos 5x por semana), como uma caminhada mais
rápida, são um bom início. É bom lembrar que a atividade
funciona melhor se for feita de modo ininterrupto. O ideal é
manter a frequência cardíaca mais alta que o basal de modo
contínuo. Andar e parar, andar e parar, como algumas pessoas
fazem no dia-a-dia do trabalho não funciona tão bem quanto
uma caminhada ininterrupta de meia hora.
Isso não significa, porém, que no trabalho não possam ser
implementadas algumas mudanças de hábitos mais saudáveis. Dê
preferência às escadas em vez do elevador, estacione o carro
mais longe da entrada, vá de bicicleta se possível, procure
ir pessoalmente falar com as pessoas em vez de usar o
telefone interno, procure andar enquanto fala ao telefone
celular etc...
A atividade física ideal, entretanto, é juntar exercícios
aeróbicos com musculação. Um quilo de músculo queima 2,5x
mais calorias que 1 kg de gordura quando em repouso. Logo,
quando ganhamos massa muscular estamos aumentando o nosso
consumo basal de calorias. Se pensarmos que até 75% das
calorias consumidas durante um dia é feita em repouso,
através do metabolismo basal do nosso organismo, quanto mais
massa muscular tivermos, mais calorias conseguiremos
queimar, mesmo dormindo. A atividade física, portanto,
aumenta o gasto de calorias durante a própria atividade e
durante o repouso, tornando a perda e a manutenção do peso
mais fáceis.
Quanto mais velha a pessoa fica, mais importante se torna a
musculação para evitar a redução do gasto calórico com a
queda natural do metabolismo.
Conclusão
O tratamento efetivo da obesidade depende de diversos
fatores, sendo as mudanças de hábitos de vida tão ou mais
importantes que a dieta e o tratamento médico. Não existe
fórmula milagrosa. Sem esforço ou força de vontade não há
resultados. Evite tratamentos que prometem perda de peso
rápido e sem esforço. Isso não existe. Se for para gastar
dinheiro, entre em uma academia e comece a se exercitar. |