Coartação da Aorta no Jovem e no Adulto: Uma doença fatal que necessita de cirurgia
O que é Coartação de Aorta?
A Coartação da aorta é uma doença caracterizada por um estreitamento localizado no início da região descendente da aorta, próximo ao ligamento arterioso. Desta forma, ocorre dificuldade de passagem do sangue por este estreitamento, causando aumento da pressão nas artérias do cérebro, dos braços e diminuição da pressão nos órgãos do abdome e nas pernas.

Com que freqüência ocorre a Coartação de Aorta?
A coartação da aorta ocorre em 6 a 8% dos nascidos-vivos com cardiopatia congênita. A mortalidade é alta quando não é instituído o tratamento cirúrgico.

Como é feito o diagnóstico de coartação da aorta?
O diagnóstico de coartação de aorta é realizado através de avaliação clínica, e confirmado por exames de imagem como o ecocardiograma, a angio-tomografia ou a angio-ressonância magnética.

Quais são os transtornos que a Coartação de Aorta pode causar?
A principal conseqüência é uma obstrução ao fluxo sangüíneo, o que determina aumento da pressão do ventrículo esquerdo, assim como aumento da pressão nos vasos da cabeça e do pescoço. Isto acarreta maior esforço do coração e maior pressão sobre os vasos sanguíneos, e se não for tratada é uma doença fatal.

Quais as complicações da Coartação da aorta quando não tratada?
Se não tratada, a Coartação da aorta tem mau prognóstico, pois as complicações são progressivas pela hipertensão arterial severa levando a sequelas importantes culminando com o óbito do paciente antes dos 30 a 40 anos de vida devido a insuficiência cardíaca, endocardite bacteriana, acidente vascular cerebral ou doença coronariana precoce.

Quais são as indicações para o tratamento da coartação da aorta?
Em pacientes com coartação da aorta nativa ou recorrente, recomenda-se realizar o alívio da obstrução na presença de gradiente (diferença de pressão) entre membros superiores e inferiores de mais de 20 mmHg. Entretanto, alguns autores sugerem que mesmo obstruções mais discretas, com gradientes sistólicos menores que 20 mmHg, devam ser eliminados para que se possa evitar disfunção ventricular esquerda tardia e insuficiência cardíaca.
O tratamento cirúrgico da coartação de aorta pode ser realizado em qualquer idade, levando-se em consideração a individualização de cada procedimento de acordo com o estado clínico do paciente e as características anatômicas da aorta e da lesão do paciente.

Qual é a opção de tratamento mais indicada?
O tratamento cirúrgico tradicionalmente é a opção terapêutica de escolha, com relatos de boa evolução a longo prazo, apesar do índice de complicações graves da cirurgia ser considerável.
A cirurgia consiste em permitir que o sangue passe sem obstruções pela região de coartação da aorta.
A partir dos exames de imagem, como a localização e a extensão da lesão, o cirurgião cardiovascular programa a abordagem da lesão, mas serão os achados intra-operatórios, individualizados de acordo com as características anatômicas de cada paciente, que indicarão a complexidade do procedimento de acordo com as características anatômicas da aorta e da lesão.
Embora a correção cirúrgica melhore a história natural da doença e auxilie no controle da hipertensão, há morbidade imediata significativa devido à dor no pós-operatório, ao sangramento e à hipertensão paradoxal, principalmente na população adulta. Além disto, reestenose, paraplegia e formação de aneurismas podem ocorrem no seguimento, com índices variáveis de incidência.

Quais são as principais complicações da cirurgia de correção da Coartação da Aorta?
Devido à grande complexidade do procedimento, as complicações da cirurgia de correção da coartação de aorta consistem em:
  • sangramentos, podendo necessitar de transfusão sanguínea; e/ou reoperação para hemostasia.
  • infecção da ferida operatória, com necessidade de antibióticos; e/ou debridamento cirúrgico.
  • lesão de nervo laríngeo-recorrente ou frênico, com seqüelas na fala e respiração.
  • hipertensão arterial sistêmica, com necessidade de medicação oral.
  • Paraparesia (diminuição da força nas pernas), com necessidade de fisioterapia motora, próteses, órteses.
  • paraplegia (paralisia das pernas), com necessidade de fisioterapia motora, próteses, órteses.
  • formação de aneurismas, com necessidade de novo procedimento cirúrgico.
  • recidiva da coartação, com necessidade de novo procedimento cirúrgico.

Não há como prever ou antever tais complicações, que são inerentes às características anatômicas da lesão e às condições clínicas dos pacientes. Muitas dessas complicações só serão observadas no período pós-operatório. Entretanto, deve-se enfatizar que a coartação de aorta é uma doença fatal (alta moralidade e baixa sobrevida). Portanto, apesar dos riscos do procedimento, ponderando-se que é a vida do paciente que está em questão, o procedimento cirúrgico é o indicado.

Algumas complicações destacam-se, a saber:

  1. A recidiva da coartação, que significa o retorno da lesão na aorta. Isto pode ocorrer meses ou anos após a cirurgia. Sabe-se que quanto menor a idade do paciente operado, maiores as chances de recidiva. Portanto, os exames de imagem são solicitados rotineiramente no pós-operatório pelo cardiologista.
  2. Paraparesia, paraplegia, que significa diminuição da força, paralisia das pernas respectivamente. Esta complicação pode ocorrer devido a diversos mecanismos, sobretudo quando há dificuldade na anastomose direta das bordas remanescentes da aorta, sendo necessária interposição de enxerto sintético tubular. Esta é uma complicação grave e não se pode prever quais pacientes poderão evoluir com paraparesia ou paraplegia.

Quais são os pacientes mais suscetíveis às complicações da cirurgia?
As complicações cirúrgicas não são totalmente previsíveis e podem ocorrer, mesmo com os cuidados operatórios e sem fatores clínicos específicos.Porém, as características anatômicas do paciente são as principais determinantes das complicações. Infelizmente as características anatômicas da lesão, como friabilidade da artéria, tortuosidade e grau de comprometimento, apesar de estimados por exames de angio-tomografia e ressonância magnética, só podem ser avaliados realmente durante o ato cirúrgico, e a estratégia de tratamento só é portanto definida no intra-operatório.

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